e agora eu - Duas Décadas parte III

Só para não ficar atras*, e tambem para não deixar adormecer este maravilhoso blog, também eu quero escrever um post sobre as tão temidas Duas Décadas!

A mim não me apagaram só 3 anos, foram quase 10 (depois disso já me lembro de algumas coisas!), e é isso que me faz sentir tão angustiada ao pensar nos 20 anos que em breve deixarei para trás. Não posso dizer que não fui feliz, porque sinto que o fui, e desconfio que também não posso dizer que não aproveitei bem (parece-me que não me privei de nada), a questão é outra, a angustia vem da minha memória não ser feita de pequenas histórias com principio meio e fim que eu possa facilmente contar, não, eu tenho uma memória feita de pequenos momentos soltos, mas sempre que os tento agarrar, ver com mais clareza, eles desfazem-se em nada, numa mancha de cor ou num cheiro ou sensação que não consigo explicar, e é aí que eu pergunto para onde foi a minha infância??**

De qualquer modo, é por esta altura, com a nossa idade, que começamos a sentir, talvez sem sequer termos razões para isso, que nos vai faltar o tempo, que se calhar não temos tantos anos à nossa frente como até aqui pensáramos, queremos que a nossa vida marque a diferença, queremos fazer algo notável, mas percebemos que o mais provável é termos uma vida comum que não trará nada de novo ao mundo que conhecemos...

...e assim iniciamos outro processo, vamos percebendo que devemos marcar a diferença com pequenas coisas ao nosso alcançe, e não com projectos megalómanos que até aqui planeávamos, vamos percebendo que se assim fizermos vamos preencher a nossa vida de coisas boas e tirar o maior partido dela, e assim talvez no fim das nossas vidas possamos dizer que fomos felizes e concretizámos os nossos maiores sonhos, que podemos não ter feito a descoberta que mudou o Mundo, mas que sem duvida tornámos o nosso pequeno mundo melhor.***

*já sabem, é o meu espirito competitivo a falar...

**A_mais_fixe dirá que eu sei muito bem para onde foi a minha infância...tens razão, foi sugada pelo imenso poder da televisão, e sobre isso falarei noutra altura, mas eu acredito que houve uma parte da minha infância, que não recordo com nitidez é certo, mas que não foi passada em frente ao pequeno ecran!

***devo confessar que ainda não cheguei bem a esta faze de amadurecimento, afinal de contas, ainda acredito no Dominio Global!!!!!

Balanços- Duas Décadas parte II

Talvez por nos encontrarmos no princípio do ano, no final do semestre ou apenas por algumas das nossas associadas estarem quase a assinalar duas décadas de existência (a_mais_fofa e a_mais witch têm o nosso apoio!), esta será uma época de balanços por excelência.
Esta análise de acontecimentos passados pode conduzir a recordações agradáveis (ainda hoje sorrio com aquele golo do Luisão ou com a memória da primeira perseguição ao The One) ou a resoluções de ano novo mais ou menos realistas - “Estudar todos os dias” ou “Ver menos televisão” por exemplo. Contudo, é muito fácil sentir que os sonhos de sempre ainda não foram alcançados e ter a impressão que, por mais que lutemos, simplesmente não conseguimos chegar a lado nenhum; também nos apercebemos que não somos bem a pessoa que pretendíamos ser por esta altura – e questionamos se alguma vez a seremos, já que por vezes parece que nem conseguimos reunir motivação suficiente para atingir objectivos aparentemente simples como a aprovação em determinada cadeira.
Para mim, este estado de espírito está muito bem descrito na música Nowhere Fast: existem muitas alturas em que enfrentamos incertezas em relação à nossa própria vida e algum desalento pelo rumo dos acontecimentos mas em que, simultaneamente, temos a certeza que no final teremos forças para seguir no direcção certa. Qual é a vossa opinião? Boas férias!

Duas Décadas

2006 vai ser um ano de transição… mudamos de dígito, deixamos de ser teenagers, no seu significado literal, e entramos na casa dos 20… assustador?! Começa por ser mesmo petrificante…
Cada vez mais cedo começamos a apercebermo-nos que o tempo passa depressa. O que os meus pais dizem ter começado a sentir aos 30, comecei eu a sentir aos 15…
É aquela angústia de ouvir o tic-tac implacável do relógio e saber que não voltará atrás, que por muito que eu brinque e ria e corra e salte e pareça uma criancinha e sinta que ainda não vivi a minha infância toda, novas etapas avançam na minha vida e pedem-me por maturidade e responsabilidade. Apesar de tudo, acho que serei capaz de corresponder.
Estamos numa altura em que olhamos para trás e julgamos que já temos anos suficientes na bagagem para poder fazer um balanço, recordar aqueles marcos destes primeiros 20 anos, ter muitas histórias para contar… mas olhamos para trás e nada parece ter sido suficientemente marcante.
Ultimamente esta conversa tem sido comum quando estou com a_mais_linda e com a_mais_fixe. Não, não estou sozinha. Elas sentem o mesmo o que me faz sentir menos deslocada…
Seremos as únicas? Não acredito…
Hoje, felizmente, numa banal conversa comecei a enumerar umas quantas histórias da primária, dos meus primeiros amigos, os meus primeiros medos, aventuras, conquistas, descobertas… enfim, passados muitos e preciosos minutos que deviam ser usados no estudo de macro percebi que afinal a minha vida estava mais preenchida do que primeiro tinha pensado. Sem esforço tinha contado tantas coisas engraçadas que se tinham passado, algumas pequenas, aparentemente sem importância, outras mais arrojadas, mas todas suficientemente especiais para me lembrar com todos os pormenores mesmo à distância de tantos anos…
Já quase passaram duas décadas para todas nós. E afinal eu vivi bem as minhas!

A minha mana

Estávamos nós, eu e a_mais_doida, numa interessantíssima aula de introdução à gestão, no belíssimo auditório A120, eis senão quando algo desperta em nós, olhamos uma para a outra como se fosse a primeira vez e qual doentes terminais milagrosamente saídos de um coma profundo, vemos a luz...tanta coisa foi explicada naquele olhar, toda uma vida passou de repente a fazer mais sentido, tantas coisas foram descobertas...!!! Quisemos falar, mas a emoção não deixava, não sabíamos bem o que dizer, mas percebemos que naquele momento tínhamos feito a descoberta de uma vida, que mais poderia ser?...Éramos irmãs!!!!
Passou finalmente o choque inicial, e começámos a conversar, para desagrado da Sra. Hortinha e provavelmente de alguns idiotas que queriam tomar atenção à aula, mas nada disso importava, ninguém nos impediria de ter aquela conversa naquele momento. Pensando friamente no assunto, realmente era estranho que não tivéssemos percebido mais cedo que laços de sangue nos uniam, eram tantas as semelhanças, por um lado físicas, não haviam duvidas, ambas tínhamos dois olhos, duas orelhas, um nariz e uma boca, isto para só referir alguns aspectos, e por outro lado, algo mais nos unia, pois senão vejamos, ambas tínhamos escolhido aquela fila de cadeiras para nos sentarmos, mais, sentámo-nos uma ao lado da outra, e ainda, nenhuma de nós estava minimamente interessada no que a Sra. Hortinha se propunha a ensinar!...
E foi assim, que eu e a_mais_doida descobrimos que éramos irmãs, e desde esse dia, há quase um ano, os nossos laços têm-se fortalecido, e cada vez encontramos mais coisas que nos unem, hoje fica apenas a pergunta, como foi possível manterem escondida de nós esta verdade tão inegável, que tipo de pessoa teve maldade suficiente para separar assim duas irmãs...
*Hoje apetecia-me contar uma história, sem nenhuma razão especial acabou por ser esta a escolhida!
**Aproveito para deixar o apelo, a_mais_doida,é indecente que ainda não te tenhas dignado a deixar o teu testemunho no nosso maravilhoso blog! Este apelo serve também para as outras Mais que ainda não o fizeram!

“Duas vidas separadas pelo tempo, dois destinos e uma história de amor, uma lágrima caindo no momento em que se acende a dor...Olhos de água, não deixam de sentir, Olhos de água não podem desistir de procurar, o outro lado pra completar o sonho impossível de apagar...”

***sim, o nosso pai é o Bicas!!!
****E agora sim, posso ir estudar!

A tortura começou...

Pois é, começaram os exames… de que outra tortura poderia estar eu a falar?!
Bem, nestes últimos dias, nos intervalos da euforia das festas, pensava nas páginas que me teria para estudar, em como deveria agarrar nos livros nem que fosse só um bocadinho… mas a preguiça é tanta. Sejamos francos, não é possível entrar no espírito natalício e entrar num novo ano com optimismo, agarrada às complicadas (não digam que não, porque é mesmo difícil) matérias. Então fui adiando o começo do estudo.
Hoje foi o exame de Microeconomia I… Digamos que não tinha estudado assim muito… E nestes dois últimos dias comecei a ficar maluca! A sério… Foi aquela altura em que percebi que tinha tanto para estudar, o tempo tinha passado e eu não tinha usado o meu tempo da melhor maneira…Que nervos…
Mas hoje, ao chegar à faculdade e ao rever as outras Mais, tudo pareceu menos mal. Talvez porque elas não estavam muito melhor que eu (a preguiça é uma constante entre nós) mas, principalmente, porque com amigos tudo é mais fácil.
O exame não correu bem… mas não desespero, sempre há a 2ª época…