domingo, dezembro 04, 2005

A Árvore de Natal

Dia 1(como acho que deve ser para aproveitar ao máximo a sua presença) montei a minha árvore de Natal. É um gesto que na grande maioria das famílias se repete anualmente mas que cada vez mais parece perder o significado… Pelo menos agora que já não sou uma criancinha que não chega ao topo da árvore para pôr a estrela, acho que a magia deste dia se tem vindo a perder…
Lembro-me perfeitamente que quando era pequena e chegava o ansiado dia de montar a árvore, aquela que tanto queria ver rodeada de grandes e coloridos embrulhos, juntava-me com os meus pais e irmão para prosseguirmos à complexa tarefa de decoração natalícia. Já nos tínhamos especializado. Cada um tinha a sua tarefa:
O meu pai, que é grande e forte, montava a árvore. A sua habilidade era estonteante, já nem precisava de muito tempo para a pôr de pé. Como eu o admirava! Mas não se deixava ficar por aí. Era ele também que punha as luzes. Eu e o meu irmão não sabíamos e o meu pai protegia a minha mãe sendo ele a arriscar-se a mexer em coisas ligadas à electricidade.
A seguir vinha a parte da minha mãe. Pegava nas alegres fitas com cores várias e dispunha-as harmoniosamente à volta do pinheirinho artificial. Rapidamente com a meticulosidade de mãe passava as fitas em perfeitas espirais sem se atrapalhar e sempre com um sorriso na cara.
Eu e o meu irmão observávamos ansiosos e maravilhados. Como eram eficazes os nossos pais. Faziam a parte deles tão bem feita! Não os podíamos deixar ficar mal!
A minha mãe levantava-se e punha-se ao lado do meu pai a olhar para nós. Tinha chegado a nossa vez! Sofregamente atacávamos o saco de plástico arrumado desde há um ano e espalhávamos desajeitadamente os enfeites pelo chão: um misto de bolas, sinos, pinhas e estrelas de várias cores e tamanhos reluziam no chão à espera das nossas decisões. Pegávamos naquelas peças umas atrás das outras, sem ideia certa do significado de estética. Aquela última fase transformava-se numa alegre corrida em que cada um de nós queria pôr mais enfeites que o outro.
No final, levantávamo-nos e os quatro, qual família unida e feliz, ficávamos extasiados com o resultado final. Como ficava linda! Acho que nem conseguíamos ver as fitas, as luzes ou as bolas. Todos estes detalhes ficavam escondidos por um manto de amor. Quanto amor naquela árvore…
Ficávamos felizes…
“Mas ainda falta uma coisa… As prendas!!” rematava eu e o meu irmão. E então ríamos. E ficávamos felizes! Natal é família.
Dia 1 montei a minha árvore de Natal… sozinha. Mas ainda falta uma coisa… as prendas!! Sim, continuo a criança de outrora.

9 comentários:

ricardo teixeira disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ricardo teixeira disse...

Tenho que deixar de ler os teus posts! Deixam-me sempre nostálgico!!
Estou a brincar, como é óbvio!

Já há muito tempo que não me lembrava dessa rotina que também eu tanto adorava.
Lembro-me que a partir do momento em que via os primeiros sinais de Natal, começava a chatear a minha mãe para fazermos a árvore! Adorava as luzes às cores, a piscar!
A partir de certa altura, isso esvaneceu-se!

P.S. - Apaguei o comentário anterior pq tinha uns erros, pela mania de escrever à pressa. Detesto erros!!

Olelas disse...

Muito bom este post ;)
Como é bom relembrar-mos aqueles bons velhos tempos em que fomos crianças, todas as coisas tinham o nosso significado que hoje nao nos dizem nada!!!!
Parabens pelo texto :)
p.s. acho q tou a ficar "apaixonado" por este blog :p ja se torna uma visita habitual ;)
beijo
Olelas

a_mais_linda disse...

Tá lindo o post, não, tá fofo! A tua familia quase que podia ter criado uma linha de montagem/decoração de árvores de natal, de certeza que teria muita saída, e todos juntos ninguém vos parava!
Lá pra dia 18(quando fizer a minha árvore de natal, porque é mais que tempo suficiente para olhar pra ela!) também relatarei a minha experiência...

Dra. Laura Alho disse...

À medida que o tempo passa, a percepção que temos dos acontecimentos, altera-se. Outrora, o Natal parecia-nos mais mágico, mais intenso, mais animado. Agora, parece que perdeu um pouco a piada. Mas a culpa é nossa. Tornámo-nos mais insensíveis.

É bom nunca deixarmos morrer a magia desta e de outras épocas similares. Preservar a criança que há em nós não é sinónimo de infantilidade. É sinónimo de sabedoria!

Um beijinho doce :) *

Anónimo disse...

Confesso que já fiz várias tentativas, inúmeras tentativas não queiras saber quantas, mas nunca consegui acabar de ler um post teu, são entediantes ao máximo. Não tento mais..

a_mais_fixe disse...

O post está muito fixe. É sempre bom lembrar os tempos de infância, quando tudo era mais simples e não se resumia tudo a um consumismo cego. :p

a_mais_pateta disse...

Oi, gostei muito do teu post. Principalmente porke sei ke este é um momento muito xpecial, poix pra o fazer reunimos a familia toda (apesar de eu nunca ter dado grande significado a este momento), mas reconheço que é um momento especial, por axo bem que o tenhas partilhado com todos!

Mamã artesã disse...

Bem... se calhar enganei-me e já passaram a fase da adolescência.
Bjos
Sofia